GNV no carro é perigoso?

Devido aos preços mais acessíveis do combustível, a busca pela instalação de kits GNV (Gás Natural Veicular) aumentou. Além da preocupação financeira, também é necessário alguns outros cuidados, como seguir todos os critérios rígidos de segurança que estão previstos na legislação. 

De acordo com o mentor em tecnologia de energia a combustão da SAE Brasil, Everton Lopesl, o GNV requer cautela por ser acondicionado sob altíssima pressão, muitas vezes dentro do habitáculo do veículo. Por isso, qualquer vazamento do combustível pode ser perigoso. 

“Na maioria das vezes, o kit não é item original de fábrica e muitos usuários fazem adaptações, como instalar posteriormente cilindro adicional sem a certificação exigida. Trata-se de uma grande quantidade de energia mantida sob pressão elevada, em torno de 200 bar”, explica o mentor.

Por conta disso, há 20 anos os cilindros para armazenamento do gás têm de trazer obrigatoriamente um selo de certificação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). E a cada cinco anos cada cilindro instalado deve passar pelo teste de requalificação, para constatar eventuais vazamentos e se ainda está próprio para uso. A avaliação precisa ser realizada exclusivamente por empresa certificada por organismos acreditados pelo Inmetro.

Os veículos convertidos em GNV só estão autorizados a rodar em vias públicas se estiverem portando o CSV (Certificado de Segurança Veicular). Esse certificado é emitido após inspeção por empresa acreditada pelo Inmetro e licenciada pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito), com o CRI (Certificado de Registro de Instalador) válido.

A vistoria deve ser realizada em até cinco dias após a instalação do kit. Além de que, o CSV deve ser renovado anualmente, com a realização de nova inspeção. Sem ele, o licenciamento do automóvel é bloqueado.

O Inmetro alerta para uma outra prática que traz riscos, à manipulação indevida dos componentes do kit por empresas ou pessoas não capacitadas ou não autorizadas a fazer o serviço. A falta de manutenção preventiva ou corretiva do sistema é outra causa de incêndios e explosões.

O órgão alerta também, que a pressurização do gás acima dos limites regulamentados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) também é um fator de risco.

É necessário no ato do abastecimento em posto de GNV, o usuário evitar: fumar; permanecer dentro do veículo; ficar próximo do ponto de abastecimento; e utilizar telefone celular e outros aparelhos elétricos ou eletrônicos. O Inmetro também recomenda observar na bomba a pressão utilizada: deve ser de 200 bar, com tolerância de 10% para cima. “Caso a pressão de abastecimento ultrapasse o valor especificado, o abastecimento não pode ser realizado”, diz o órgão. Não esqueça de observar se o frentista está utilizando o sistema de aterramento no veículo.

Caso note algum vazamento de GNV, por meio do cheiro característico do gás, feche imediatamente a válvula do cilindro de armazenamento. Em seguida, caso o veículo não rode exclusivamente com gás natural veicular, leve-o a um instalador registrado pelo Inmetro, de preferência no mesmo que realizou a instalação do sistema, para inspeção e realização dos reparos necessários.

Mas, caso o incêndio já tenha começado, o veículo deve ser desligado, as pessoas devem sair dele e se afastar o máximo possível. O Corpo de Bombeiros deve ser imediatamente acionado. O uso do extintor deve ser do tipo ABC, caso esteja disponível (é opcional para veículos de passeio). “Se o incêndio for de pequena proporção, pode ser utilizado”, diz o Inmetro.

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